sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Imagino-me à distância de uns anos, faço o retrato da idílica vida que teria nos dourados anos de descanso... Componho a fotografia mental do escritor que não sou, grisalho como não chegarei a ser, escrevendo à janela, naquela casa térrea que não terei, com a bela paisagem bucólica de prado e mar que existe apenas nesse sonho não realizável!
Vejo-me, fitando o horizonte, recordando os momentos passados nessa vida que não é a minha por ainda não ter acontecido... Olho o prado onde os pássaros voam livremente e de relance, o mar, batendo na escarpa onde a janela fica...
A ideia da recordação ainda não vivida, surge como um turbilhão... penso recordar momentos passados na tranquilidade do lar, com a companhia de uma vida, com as alegrias do sonho realizado!
Mas.... Acordo!

Sei que nada era real! Mas a ideia ficou... o sonho de a tornar realidade persegue-me durante o dia...
Chega a noite... Novamente o momento de dormir, de sonhar...

Mas o sono foge!As ideias entram turbilhão! Revejo os momentos actuais, o que tenho feito, o que tenho pensado, o que sinto...
Tomo decisões, imagino diálogos, resoluções e soluções... mas... mas.. mas uma vez mais... nada de novo...
Tudo fica igual... o sono vence os pensamentos e a realidade suspende-se por breves horas!
Um novo dia e novas tentativas de decisão chega com a aurora, mas... o silêncio... esse faz mais que a conversa... com ele instala-se o medo, a insegurança e a precipitação...
Um novo dia.. uma nova espera...

Até quando!? Um dia... será que um dia chegará o dia!?

2 comentários:

  1. talvez o facto de encarares como uma recordação antecipada te dê mais força do que simplesmente perseguisses um sonho, ou talvez sejam a mesma coisa, de qualquer forma, torna-o recordação, e aprecia-a....;)...

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  2. Claro que chega o dia :)

    Andrea Porto ;)

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