quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Caminhada

Era uma daquelas noites sombrias e escuras - (como fica bem em qualquer texto triste e dramático) - em que nada de bom parecia estar para vir. Um carro passa veloz e chapinha na poça enorme que estava na estrada, lançando para os peões que estavam incólumes no passeio, um mais alto e esguio, ao ver o carro precipitou-se para o lado e esgueirou-se das gotas por ele precipitadas, mas todos os outros que estavam junto a si, acabaram encharcados! Lá passaram a estrada, a medo é certo, esgueirando das poças enormes. Chegando à outra margem daquele quase-rio, lá seguiram o seu trajecto predefinido, nada os demoveria do seu rumo! Seguiam todos juntos para que nada os atormentasse, mas o súbito precede-se, noutra travessia que se seguia aquele unido grupo foi-se fragilizando, uns por receio não se atreveram a passar para a margem seguinte, deitando por terra os esforços até ali feitos, mas os outros lá seguiram, tomando sempre por referência aqueles que cederam, guardando-os na memória. Continuaram o seu périplo para o destino final, sabiam bem que iriam haver inúmeras travessias, por rios, lagos e até desertos, mas todos se prontificavam a fazê-lo, custasse o que custasse. Alguns é certo que levaram bem a peito o custasse o que custasse, andando sempre a manusear as suas catanas, para mostrar a sua autonomia e determinação, deixar bem presente que não se deixariam ultrapassar ainda que para tal alguém se magoasse ou ficasse para trás! Mas bem, isso são pequenas tropelias que ficam para mais tarde… A caminhada ia continuando, e alguns iam andando sempre meio em círculos, em torno do grupo, não como tubarões em busca de sangue, mas como protectores, para que ninguém ficasse para trás, se alguém estava cansado ou com menos forças, estendiam a mão e ajudavam, não andavam por elas, mas abrandavam para o ritmo delas, todo o grupo o fazia, - (afinal um grupo unido é isso mesmo que faz!) – ainda que com isso os mais “determinados” se sentissem ameaçados…
A caminhada foi longa, e as provações imensas, é certo, mas todos os que decidiram levá-la com afinco até ao fim lá chegaram, àquele cume do púlpito onde desde o inicio da caminhada almejavam estar! Até quem acreditava não conseguir lá chegar, foi pelo menos levado no peito e no pensamento, isso é certamente indiscutível! Ainda que haja quem tenha abraçado uma caminhada “paralela” estaremos sempre juntos e prontos a ajudar nessa também, isso é sabido!
O sonho, a determinação e a entreajuda são os bens mais preciosos para uma tormentosa caminhada!

1 comentário:

  1. Que seja eu, que navegue contigo,
    Que cheguemos à outra margem, oh, meu amigo...
    ;)...força grande Vitor

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