Espreitei naquela janela, ia sentir o leve aroma do mar, mas senti uma brisa que parecia sussurrar um nome… Um nome bem distante… Não sei o que dizia o vento, mas sei que algo era… saí porta fora, fui em busca de algo mais, de um rosto, de um sonho…
Passei por um beco escuro e só vislumbrava a ponta de um cigarro, segui a medo, sem saber o que esperar, nada naquele local me era familiar, mas o perfume que pairava no ar, e se fundia com a maresia, era irresistível, não me deixava ficar parado. Segui, pé ante pé para não assustar quem lá estava.
O vulto começava a definir-se, a lua cheia incidia sobre os seus traços finos, o seu charme era como um íman, não me deixava voltar para trás.
Vislumbrava o seu vestido longo, as suas costas destapadas, os seus longos cabelos airosos e as suas curvas divinamente delineadas, faziam de mim um ser louco e perdido. Louco por acreditar, que alguém assim olharia com algo mais que desprezo para um ser insignificante como eu, e perdido, por não saber como fazer para lhe chamar a atenção, como a conquistar!
Aproximei-me a medo, e solucei, balbuciei, pigarreei… Um tímido pedido de cigarro foi tudo quanto me saiu, mas a sua voz sensual, fez com que as pernas tremessem, as forças faltassem e o tabaco se enrolasse…
O seu sorriso a ver-me tão atrapalhado derreteu-me o coração, e o seu simples olá fizeram-me voar até às nuvens. Ao voltar das nuvens declarei-me, disse-lhe o quanto era bela e atraente, o quanto o seu sorriso iluminava a minha noite, mas ela nada disse…
Ali fiquei, olhando o mar e esperando uma resposta, uma reacção, um gesto, um toque…
Mas nada… voltei na noite seguinte, e na outra, e na outra, durante duas semanas. Quando pensei que nada mais havia a fazer, e decidi desistir, ela voltou, e sussurrou-me ao ouvido o seu nome! Disse-me que me queria conhecer, que teria uma e uma só chance, que não a desperdiçasse! Prometi que tentaria…
154: Frangos - com João Ricardo Pateiro
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Mariazinha quer que o jornalista cante sempre que um guarda-redes sofrer um
frango...fazendo publicidade à sua churrasqueira.
Há 11 anos
fabuloso... amolece qualquer coração, qualquer alma, qualquer razão...
ResponderEliminarparabens...
transpira-se poesia aqui:)
ailecmar