Esquemas, manhas e trapaças

Pois bem, cá estou de volta ao estágio, e pelo que me dizem ainda vou continuar nesta labuta por mais dez semanas.
Bem, é certo que no nosso dia-a-dia, nomeadamente quem todos os dias anda pelas ruas de Lisboa, seja na Baixa, nos bairros típicos ou mesmo no centro da cidade, é inúmeras vezes abordado por comerciantes ou transeuntes que oferecem um qualquer produto obscuro, seja ele de origem narcótica ou até mesmo espiritual.
Quem nunca viu uma qualquer senhora de saia comprida e rodada, com o típico lenço a cobrir os cabelos, a abordar alguém sobre a sua sina, o seu futuro?
Pois bem, com tudo isso já nós estamos habituados a lidar e a esquivar-nos, mas e quando passamos para a posição de não nos podermos esquivar? 
Ali, na banca, ali sim enfrentamos dia após dia os maiores esquemas e trapaças, pessoas que aparentam um estatuto razoável, uma credibilidade intocável, mas que no seu bastidor apresentam uma podridão enorme! É preciso estofo e integridade para gerir tudo isto, todo o turbilhão de emoções que surge quando este elo, o banco, decide que naquele momento não irá compactuar com aquela trapaça, que não irá permitir que uma vez mais, um qualquer fornecedor fique prejudicado…
Aí, nesse posto, e nessa situação, aí sim, se conhece a verdadeira essência das pessoas. Seja a humildade de quem tem realmente posses e não o ostenta, seja a arrogância daqueles que ininterruptamente trapaceiam os outros e os envolvem em esquemas, e batem no peito gritando a quem queira (ou não) ouvir, que são as pessoas mais honestas à face da terra!
Gritos ao telefone, ameaças, intimidação, etc. São apenas algumas das muitas facetas, dos clientes, com que temos de lidar no nosso dia-a-dia, e com os quais nunca, mas nunca mesmo, poderemos perder a compostura!
Será que algum dia a espécie humana deixará de tentar trapacear-se?